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Mal

Tudo o que te faz mal.

Jornais Televisonados e a Violência por Audiência

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Esta crítica aborda a tendência de certos telejornais em priorizar e prolongar a exibição de reportagens sobre violência urbana (assassinatos, roubos, sequestros, estupros, etc.), transformando tragédias em espetáculo diário. Em vez de focar na análise contextual, no debate sobre segurança pública ou em soluções, o foco recai sobre o drama explícito das vítimas e a espetacularização do crime, muitas vezes com imagens fortes e linguagem alarmista, preenchendo grande parte do tempo de tela.

A superexposição da violência nos jornais televisionados é profundamente prejudicial à sociedade e ao próprio jornalismo. Um dos aspectos mais negativos é a distorção da realidade: ao focar obsessivamente em crimes hediondos e ocorrências isoladas, esses programas criam uma sensação de pânico e insegurança generalizada . A audiência passa a acreditar que o mundo é um lugar muito mais perigoso do que realmente é, minando a confiança nas instituições e na convivência social.

O ensinamento negativo que esse tipo de programação traz para a nossa vida cotidiana é a indução ao medo paralisante e à dessensibilização. Por um lado, o constante bombardeio de tragédias pode levar o telespectador a viver em um estado de alerta crônico, gerando ansiedade e paranoia. Por outro lado, a repetição exaustiva dos mesmos temas pode resultar em uma anestesia emocional, fazendo com que o público se torne indiferente ao sofrimento alheio, banalizando a violência e a dor humana. Esse ciclo vicioso transforma a tragédia em mero entretenimento.

Além disso, há um grave prejuízo social: essa abordagem simplista oculta as causas profundas da violência, substituindo a discussão complexa sobre desigualdade e falhas sistêmicas por uma narrativa maniqueísta de "vilões" e "mocinhos". O jornalismo, que deveria educar e contextualizar, falha em sua função cívica, priorizando o aumento da audiência (e, consequentemente, da receita publicitária) em detrimento da responsabilidade social e da saúde psicológica da população. É um desserviço que empobrece o debate e alimenta o ciclo de medo na sociedade.

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